Informação ParticipaçãoAprofundamento da quantificação da economia verde em Portugal, desenvolvendo métricas e plataformas de conhecimento/sistemas de informação que permitam uma melhor aproximação à dimensão dos setores económicos verdes e às componentes de outros sectores económicos que desenvolvem atividades alocadas à proteção e valorização do ambiente e à sustentabilidade, contribuindo desta forma para o crescimento verde.

A produção desta informação, através da sua recolha, tratamento e validação, depende do estabelecimento de uma metodologia consistente, sistemática e detalhada para a sua compilação de modo a assegurar a intercomparabilidade dos resultados, nacional e internacionalmente.

Estes projetos serão desenvolvidos em estreita colaboração com entidades públicas e privadas e terão como foco diferentes temas e setores da economia verde em Portugal, sempre com a perspetiva de melhorar o conhecimento sobre o respetivo impacto e potencial socioeconómico, informar a tomada de decisão e alinhar as perspetivas dos atores.

Em particular, será desenvolvido um Índice para o Crescimento Verde em Portugal que permitirá comunicar de forma integrada a evolução na implementação das iniciativas, acompanhando e monitorizando a trajetória de crescimento verde no país. Permitirá agregar e simplificar uma grande quantidade de informação, tornando-a comunicável ao público em geral e facilitando a avaliação das tendências e progressos do crescimento verde ao longo do tempo. Deverá ter como ponto de partida as dimensões e aspirações expressas neste Compromisso e constituir-se como uma referência internacional, participando e promovendo movimentos internacionais de partilha de melhores práticas.

A Plataforma/portal sobre economia verde em Portugal será uma plataforma de partilha de informação na área da economia verde e incluirá informações relevantes sobre ideias, desafios, projetos, tecnologias e atores da economia verde em Portugal e no mundo. Permitirá explorar soluções inovadoras e conhecer produtos, facilitando a articulação entre agentes.

Em particular, a plataforma de partilha de informação será um fórum catalisador essencial para efetivar a ligação entre I&D&I e as empresas. Permitirá, de um lado, conhecer as áreas principais e potenciais de investigação, projeto e ensino das universidades, dos laboratórios de investigação, dos centros tecnológicos e, do outro lado, as necessidades, projetos e áreas potenciais de desenvolvimento e investimento das empresas, contribuindo para a construção de parcerias.

A iniciativa “iGeo”, lançada a 12 de maio de 2014, promove a criação de valor acrescentado através de modelos de conhecimento intensivo, alicerçados em dados de referência da Administração Pública. Os dados a disponibilizar, no âmbito desta iniciativa, terão como principais destinatários a própria Administração Pública, as instituições de ensino e de investigação, as organizações não governamentais e também as empresas privadas.

Os dados estarão disponíveis, de forma permanente e dinâmica, num formato pré-estabelecido, visando assegurar a sua integração, em tempo real, nas aplicações utilizadas ou desenvolvidas pelos utilizadores.

O portal iGeo disponibiliza, numa primeira fase, diversa informação de natureza cartográfica e georreferenciada (ex.: património arquitetónico, património natural, áreas de proteção e conservação, planos diretores municipais, carta de ocupação de solos, etc.) que se traduz em mais de 7000 serviços web disponibilizados.

Em fase posterior, serão disponibilizados outros dados respeitantes à proteção do ambiente, energia e geologia e agricultura e desenvolvimento rural (disponibilização a curto prazo), destacando-se ainda o concurso de ideias (”Mentes Criativas”) que promoverá a utilização das fontes de dados disponibilizadas pelo portal junto de diversos públicos, através do seu transporte para plataformas móveis.

A disponibilização destes dados de referência, possibilitando a sua reutilização ou integração noutros sistemas de informação, permitirá alavancar e suportar a criação e desenvolvimento de novos modelos de negócio.

O desenvolvimento do modelo económico e social global exige respostas globais mas capacitação e materialização regional e local. Na convicção de que os problemas e oportunidades globais (competição por recursos, alterações climáticas, valorização da biodiversidade, etc.) têm soluções regionais e locais, deve ser reconhecida a importância e estimulada a capacitação de cada região para a materialização dessas respostas, organizando as respetivas apostas estratégicas adaptadas às diferentes características territoriais, de forma coerente, sinérgica e mobilizadora dos diversos atores regionais.

Assim, o objetivo desta iniciativa passa por estimular, dinamizar e apoiar ações de base territorial para o crescimento verde, mobilizando projetos de inovação e de valorização de recursos.

Estes planos de ação poderão ser enquadrados e suportados, por exemplo, nas estratégias RIS3 e deverão ter uma forte componente de envolvimento das empresas e também da sociedade e de outros agentes institucionais regionais. Serão planos multissectoriais, fomentando a exploração de sinergias entre diferentes áreas de atividade. Deverão identificar projetos emblemáticos, deixando, ao mesmo tempo, que as regiões decidam sobre o seu “portefólio” de apostas na economia verde, não só potenciando a complementaridade entre projetos mas também abrindo novas trajetórias de especialização das economias regionais. Integrarão ações em áreas como: investigação, formação, empreendedorismo, capacitação empresarial, internacionalização e, quando adequado, inclusão e inovação social). Fomentarão ainda uma lógica de experimentação-teste de soluções inovadoras, passíveis de subsequente expansão.

Vários desafios associados ao crescimento verde e ao desenvolvimento sustentável estão dependentes do conhecimento, envolvimento e comprometimento da população em geral, para além dos diversos agentes económicos, sociais e institucionais. Concretizando através de exemplos, a poupança de energia ou de água por parte dos cidadãos depende do seu nível de informação e motivação relativamente à redução de impactes ambientais e resolução de problemas que dizem respeito à sociedade em geral. A eficiência no uso dos recursos depende de todos. Por exemplo, na perspetiva do “cidadão-consumidor”, são também muitas as escolhas que podem e devem ser feitas com consciência do desempenho ambiental das diferentes opções.

Importa também ter em consideração que os próprios problemas ambientais vão mudando ao longo dos tempos, exigindo diferentes respostas por parte dos cidadãos. Se, nas décadas de 80 e 90, a população portuguesa estava preocupada com a existência de lixeiras, a qualidade de água e a localização de infraestruturas específicas, na atualidade há novos desígnios, tais como a adaptação às alterações climáticas, a desertificação, a qualidade dos produtos alimentares e a conservação da biodiversidade.

Do ponto de vista político e programático, é relevante dar importância a esta temática e promover o lançamento de novas iniciativas que contribuam para a disseminação de informação, a partilha de conhecimento, o estabelecimento de redes, o envolvimento ativo dos cidadãos e em especial dos mais jovens, tirando partido das tecnologias de informação. Assim, propõe-se o desenvolvimento de uma iniciativa transversal focada na sensibilização para a sustentabilidade, contribuindo para promover comportamentos mais sustentáveis. Entende-se ser relevante criar um programa de âmbito nacional dirigido a diversos públicos-alvo, focando problemas e identificando propostas às quais o cidadão possa aderir.

O Compromisso para o Crescimento Verde estabeleceu 4 Iniciativas IP no âmbito do Catalisador Informação e Participação:

  • Quantificação da Economia Verde em Portugal – Desenvolver métricas / plataformas de conhecimento / sistemas de informação sobre a Economia Verde, incluindo um índice para o Crescimento Verde em Portugal (PFA: SG MAOTE e Secretariado Executivo do CCV);
  • Plataforma/Portal sobre Economia Verde em Portugal – Plataforma de partilha de informação sobre ideias, desafios, projetos, tecnologias e atores da economia verde em Portugal e no mundo (PFA: Secretariado Executivo do CCV);
  •  Iniciativa iGeo – Disponibilizar informação que origine modelos de tomada de decisão alicerçados em dados da Administração Pública (PFA: DGT);
  • Desenvolver planos regionais para o crescimento verde – Identificação da importância de cada região para a materialização das respostas aos desafios do crescimento verde, organizando as apostas estratégicas e alinhando os diversos atores (PFA: Secretariado Executivo do CCV).